Algumas crianças, ainda muito novinhas “escolhem” um objeto como um ursinho, uma fraldinha, um paninho, uma chupeta, “naninha do sono”, que não largam por absolutamente nada, principalmente na hora de dormir.
Winnicott, um pediatra e psicanalista inglês, usou o termo Objeto Transicional como sendo esse objeto usado pelo bebê e definiu que até uma certa idade, o bebê não sabe diferenciar ele próprio da mãe.
Quando inicia esse movimento de diferenciação, podemos considerar como um momento de transição, algumas crianças (bebês) se apegam a algum objeto de sua preferência que o acompanha em todos os lugares, mas principalmente na hora de dormir.
A mãe geralmente é o primeiro contato humano que um bebê faz ao chegar ao mundo.
É a primeira oportunidade de experienciar o amor, de receber, de fazer trocas pouco a pouco, quando se descobre lentamente como um ser independente e autônomo.
Logo quando o bebê nasce, depende dos cuidados de um adulto que em geral é representado pela mãe.
Através da satisfação das necessidades e dos desejos, o bebê vai construindo uma espécie de autonomia e se percebendo como alguém separado daquele “ser” que está sob os cuidados.
Essa percepção pode gerar uma certa angústia e ansiedade, e ter um objeto transicional nesse momento, pode ser acalentador e reconfortante.
Essa percepção de que a mãe não é um prolongamento de si próprio, alguns autores deram o nome de “Angústia da Separação”.
Esse é um bom e importante momento para iniciar aquela tão conhecida brincadeira de “pudi… achou!”. Os adultos cuidadores escondem, em especial a mamãe, e fala: “pudi!!”, e aparece seguidamente dizendo: “Achou!”. Em geral essa brincadeira acaba gerando uma sensação de um pouco mais de segurança na criança de que mesmo que o adulto, principalmente a mamãe, some do seu campo de visão, ele retorna. Essa brincadeira acaba fazendo um papel de treinamento para as saídas da mamãe e para maior conscientização de que ela é “alguém” separado da mãe.
Existem algumas crianças que não “nomeiam” seu objeto transicional, e isso não é sinal de problema algum, embora seja seguramente considerado um grande apoio para essa fase de transição, ou “estado de ilusão” para “estado de desilusão”.
Em geral, as crianças vão se despedindo do Objeto Transicional por volta dos 5 anos de idade, não devendo ser motivo de stress a retirada do mesmo. Esse processo deve acontecer naturalmente sem que seja feita a retirada repentina, ou mesmo de maneira a reprimir o uso do objeto transicional.
Não devemos levar essas informações como regra, porque são dados empíricos, nada que não possa ter uma variável acima ou abaixo da indicação fornecida acima.
Certo é que os pais ou responsáveis pela criança, devem pouco a pouco introduzindo a capacidade da criança em lidar com as frustrações, decepções, inseguranças e ansiedades.
Aos poucos, a criança vai criando autonomia e segurança e vai se desvinculando da dependência dos pais, chegando muitas vezes ao ponto dos pais sentirem falta de todo aquele cuidado e tempo despendido com a criança.
Todo processo de maturação vai acontecendo gradualmente e de maneira fluida, quando os pais e cuidadores adquirem maior consciência de cada fase do desenvolvimento do pequeno ser que chega ao mundo, proporcionando muitas mudanças na vida de toda família.
Veja alguns exemplos de Naninha do Sono